terça-feira, 27 de julho de 2010

II - DO QUE É DO HUMANO...

O cão despertou com o primeiro raio da manhã, que em meu quarto penetrava através de uma diafaneidade reveladora, com seus tons e brilhos convidando-me para o ‘acordo das horas’ e os temperos que ainda desconhecia. E era segredo este frio na barriga, pois guardava esta sensação como um tesouro muito bem-vindo depois dos tormentos e tempestades.

Ontem, o meu grito foi alucinante! E debatia-me como um infeliz à procura do psicotrópico mais eficiente. Evidente que este recuo no tempo não me ajudou muito, tampouco me libertou do caos. E as traições íntimas são as piores! É como se não encontrássemos mais nada que valesse a pena...

E não é que o cão andrajo era capaz de um movimento-luz? Pois o bichano me pulou nas pernas e com os olhos de súplica, mas também de tanta e lúcida serenidade, feneceu na grana orvalhada para que eu agradecesse o dia e deixasse de lado a minha absorta arrogância.


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